Resposta de Gladiadores

Roma 3-1 Fiorentina

Mais do que uma resposta, mais do que o segundo sucesso consecutivo para o campeonato ou a vitória 1000 na Serie A, foi um triunfo de raiva e orgulho, hoje em campo viu-se a melhor Roma da época, mas sobretudo onze gladiadores em campo, como tinha pedido Ranieri na véspera. Os principais protagonistas da reacção giallorossa falam todos a mesma língua e nasceram entre os muros da cidade eterna: Ranieri, Totti e De Rossi.

Chegou uma metade (a primeira) da partida para rever a «velha» Roma, bela como a cidade, que encanta e que faz sonhar, depois de dois dias de alta tensão e polémica após o desaire europeu. Ranieri voltou apostar no losango, exclui Mexes do elenco inicial e apostou em Perrotta no apoio à dupla Totti-Vucinic. Mais do que a ordem de jogo, a diferença em relação aos recentes encontros esteve na atitude da equipa. “Carácter e vontade e vontade de lutar por todas as bolas”, tinha pedido o técnico na véspera. A equipa é a tradução exacta dentro das quatro linhas. Perrotta foi incasável, correu e persegui, De Rossi governou o sector com carisma e vontade, Pizarro demonstrou mais uma vez que é uma peça fundamental para os giallorossi. Atrás, Juan e Burdisso mantiveram a linha defensiva alta, com raça e determinação, mas sobretudo o que tem (mais) faltado a este sector: concentração. Mas para vencer era preciso golos e para encontrar o caminho a Roma redescobriu um recurso que faltou e muito nas primeiras três jornadas: um Vucinic extraordinário nas movimentações, mas sobretudo Totti.
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Como dois golos em forma de resposta, Totti chegou ao 181º festejo no campeonato, ficando mais perto do Batistuta (oitavo lugar, com 184 golos), na lista de melhores marcadores de sempre na Serie A. O primeiro foi na conversão de um castigo máximo, o segundo na sequência de um canto, além de um magnífico passe directamente para a cabeça de De Rossi, que fez também participar na festa do golo o seu sucessor na braçadeira de capitão. Tudo emoldurado numa partida do capitão, difícil de sintetizar em poucas palavras, assim como de toda a equipa capaz de transformar a perplexidade dos últimos meses em gritos de alegria. Totti fez ouvir a sua voz no relvado, com um silêncio eloquente, perante a curva que apoia "só a camisola". A satisfação de Ranieri (seis pontos em duas partidas) pela primeira vitoria na sua cidade, na sua casa, exprime-se com um desejo, para si e para os adeptos:”Continuar a ver a equipa lutar assim. Se jogarmos assim, com esta raça e velocidade de ideias, seremos uma equipa dura para todos os adversários”.

Mas não há tempo para alegrias, primeiro é preciso endireitar o presente, para depois olhar-se para o futuro e mostrar outra vez em Palermo a mesma atitude, caso contrário voltaremos ao mesmo ponto.

Melhor em campo
Totti