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 Antonio De Falchi, jamais será esquecido!

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Antonio De Falchi, jamais será esquecido! Empty
MensagemAssunto: Antonio De Falchi, jamais será esquecido!   Antonio De Falchi, jamais será esquecido! Icon_minitimeSex 05 Jun 2009, 01:59

Faz hoje 20 anos que Antonio De Falchi faleceu. A 4 de Junho de 1989, Antonio De Falchi que ainda não tinha completado 19 anos, chegou às 08:30 à estação Central de Milão, juntamente com três amigos, que viajaram com um grupo de quarenta adeptos giallorossi. Chegados a Milão os quatro decidiram separarem-se do grupo e irem sozinhos para San Siro. Depois de terem comprado o bilhete, os quatro dirigiam-se para o portão 16, com os cachecóis giallorossi escondidos debaixo dos casacos. Eram 11h35 (a partida iniciava-se ás 16h00), quando de repente aparece uma pessoa e pergunta:”Tendes um cigarro?” e depois:” Sabeis que horas são?”. O sotaque romano, traiu Antonio e os seus amigos: apenas um sinal e surgiram cerca de 30 pessoas, que estavam por detrás de uma estrutura de cimento (o estádio estava em obras para o Itália 90). Enquanto os três amigos conseguíram fugir, Antonio tropeçou (talvez por uma rasteira) e caiu, onde foi massacrado com pontapés e socos. Trinta segundos depois, os agressores meteram-se em fuga, com a chegada da polícia. Antonio cheio de hematomas e com dificuldades em respirar tentou levantar-se, mas caiu novamente. Um dos agentes ainda tentou reanimá-lo com massagens cardíacas e respiração boca a boca, mas já não havia nada a fazer. Foi transportado imediatamente para ambulância, mas chegou ao Hospital San Carlo, já sem vida.

Poucos minutos depois, nas imediações do portão 16, a polícia interceptou três adeptos do Milan. Tratava-se de Daniele F. (29 anos), um dos líderes do “gruppo brasato” e com o passe livre do “Serviço da ordem” do Milan, de Luca B. (20 anos) e Antonio L. (21 anos).

O funeral (pago pela Roma), foi celebrado no dia 7 de Junho de 1989, na Capela de San Giovanni Leonardi em Torre Maura, perante dez mil pessoas comovidas. Estiveram presentes Dino Viola (então Presidente da Roma, que no final da cerimonia abraçou comovido a mãe de Antonio), Peruzzi, Nela ( também ele comovido falou com o irmão de Antonio), Giannini e toda a equipa juvenil da Roma. A autópsia revelou que a morte do jovem adepto romanista foi causada por um enfarte.

No dia 13 de Julho de 1989, o tribunal de Milão condenou Luca B. a sete anos de prisão com liberdade condicional, enquanto Daniele F. e Antonio L. foram absolvidos, por insuficiências de provas. Um dia depois da sentença, a mãe de Antonio, pálida e desolada exprimiu a sua revolta pela sentença, em declarações ao jornal italiano “La Repubblica”:”É esta a justiça? É um nojo. Para mim esta sentença, não está certa. Eles devem pagar, mesmo que ninguém me possa trazer de volta o meu pobre Antonio”.

Antonio vivia na casa da mãe (Esperia) construída em 1975, na avenida Torre Maura, juntamente com os seus irmãos: Maurizio, Marco e Mario e a sua irmã Ana. A senhora Esperia tinha ainda mais três filhos (Maria Luisa, Alvaro e Massimo), que estavam casados e viviam nas próprias residências. O pai, o senhor Enrico, quatro anos antes da tragédia de San Siro, então com 55 anos, suicidou-se ao atira-se abaixo da janela da sua casa, por causa de uma crise de desânimo. O Corriere delo Sport em 1989, entrou na «casa da dor», como chamou na altura para entrevistar familiares e amigos de Antonio.

As paredes do quarto de Antonio que dividia com o seu irmão Marco, estavam cobertas de fotos, recortes e posters da sua Roma. Além do poster da Roma de Liedholm (que venceu o scudetto em 1983), tinha também um poster autografado pelo presidente Dino Viola e em cima da cama, estava uma camisola de Sebino Nela:”Foi ele próprio que lhe ofereceu, no final do jogo com o Como”, começou por contar Marco, que de seguida revelou um pressentimento que teve antes da trágica deslocação de Antonio a Milão:”Já algum tempo, que seguía a Roma em todas as deslocações. Mas sem ódio dentro de si, apenas ia para apoiar. Daquela vez tive um pressentimento para ele não ir a Milão. Disse-lhe mas sem muita convicção. Antonio partiu no sábado à noite com um grupo de amigos, os mesmos de sempre”.

Pouco depois da tragédia em Milão, um carro patrulha da polícia bateu à porta da casa da família De Falchi:”Percebi logo que tinha alguma coisa de grave, uma desgraça. Estava a prepara-me para comer, era um domingo como os outros. E ali acabou tudo. Disseram que o nosso irmão, esteve envolvido num incidente – conta Marco -, que para sabermos mais, tínhamos que chamar a Digos. Foi o que fizemos e foi por eles que soubemos”.

Antonio tinha deixado os estudos, depois de concluir a licença média (equivalente em Portugal ao 12ª ano). Era operário num negócio de fechaduras em alumínio no bairro de Finocchio. Seguía a Roma há um par de anos. No comando da polícia, estava registado um antecedente criminal sobre Antonio, por furto e rixa. O episódio verificou-se a 20 de Novembro de 1988 em Cesena, na ocasião da partida da Roma contra os locais que terminou empatada a um golo. Os familiares e os amigos, explicaram que tratou-se de apenas uma infantilidade:”Antonio – disse Mario- roubou duas laranjas, numa loja de fruta, porque tinha fome, mas foi logo descoberto e interceptado”. Além do futebol, Antonio De Falchi tinha uma outra paixão: a motorizada. Os amigos, também eles desolados, lançaram acusações:”Os adeptos adversários quando vem a Roma, são escoltados e protegidos. Ali, como não estava nenhum para proteger o Antonio”.

O primeiro jogo com o Milan (derrota da Roma por 1-0), após a morte de De Falchi, foi em San Siro, quatro meses depois da tragédia e ficou marcado pelo forte ódio dos adeptos romanisti, com a vontade de vingarem-se e muita violência. Os adeptos da Roma a entraram no estádio sem pagar, gritando:”Antonio, Antonio, Antonio”. No jogo da segunda volta, em que a Roma perdeu por 4-0, no estádio Flaminio (o Olímpico estava em obras para o Mundial de 1990), grande parte dos ultras da Sud, acompanharam a partida na “Gradinata Nord”, para estarem mais próximos dos adeptos milanisti. Num ambiente de uma «guerra», antes, durante e depois da partida os ultras tentaram atacar os adeptos adversários, confrontando-se várias vezes com a polícia. Dos incidentes resultaram, três detidos, trinta interceptados, seis identificados e quatro feridos, um deles, adepto romano do Milan em estado grave, depois de ter sido agredido no final da partida, com paus. Passaram duas décadas e Antonio continua no coração romanista, que nunca o esquecerá!

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